Vivendo um dia de cada vez . . . Porque o futuro a Deus pertence.







terça-feira, 27 de julho de 2010

Piscina

Com tanto calor só se está bem dentro de água . . .
Pois o Afonso não se farta da piscina, mal vê uma piscina mete-se dentro.
Então, é piscina na escolinha, piscina na casa dos avós, piscina na nossa casa . . . o rapaz gosta mesmo de água. E pensar que quando começou a hidroterapia ele não queria entrar na água . . . foi dificil mas essa fase foi ultrapassada e agora só quer água.
Vai um mergulho Fonxyto?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A pintura

Já toda a gente sabe que o Afonso adora pintar, com lápis de cor, lápis de cera, marcador e mesmo com tintas, quer usando pincéis ou pintando com as mãos.
Esta semana, o rapaz inspirou-se e o resultado foi a cozinha toda pintada.
Pois, estavam mesmo ali os marcadores e uma folha no tripé de pintura, escolheu a cor verde e pintou a folha, como não chegava pintou o tripé (ou melhor riscou), depois passou para a sua mesa, da mesa para a cadeira, o chão, a mesa da cozinha (mas como é preta não se notava) até que encontrou o local perfeito para desenhar . . . a parede.
Quando eu entrei na cozinha tinha dois riscos a todo o cumprimento da parede . . . eu fiquei "pasmada" a ver aquele espectáculo, o Afonso nunca foi de riscar as paredes, um risco ou outro mas nada de especial, desta vez esmerou-se.
Ora, quando me vê a entrar na cozinha e a ficar parada a olhar o estado, ele começou a rir-se, atirou o marcador para o chão e veio abraçar-me, eu apenas lhe disse que não podia pintar as paredes e a reacção foi de se abraçar a mim a choramingar, porque levou muito a mal eu não ter gostado da nova pintura da cozinha.
A sorte foi ser um marcador de água que lavando sai, mas ele ficou muito triste por eu ter estragado a sua pintura.
O interessante de tudo isto é que o Afonso tinha um risco sempre em espiral e agora está a perder essa tendência.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O elevador

Esta é a mais recente fobia do Afonso.
Ontem fomos assistir à festinha da escola da priminha e no final fomos a casa dela. Acontece que a prima mora num quarto andar. Pois, mal avistou a porta do elevador, agarrou-se ao pescoço do pai e após entrar quando as portas do elevador começam a fechar foi um berreiro . . . ah pois foi, para descer viemos mesmo pela escada.
Acontece que esta foi a segunda vez no espaço de duas semanas, nunca antes tinha mostrado medo algum a entrar num elevador. Lá está, os pais precisam de exercício . . . vamos usar as escadas, já que em casa não temos nenhumas.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

"Que suto"

Todos os dias somos surpreendidos com uma palavra nova, um gesto . . .
Hoje de manhã mal acordou dirigiu-se à casa de banho, como costume, subiu o seu banquinho para chegar ao lavatório, como estava muito distante eu empurrei o banquinho devagar, ele não contava que eu empurrasse e diz ele : " que suto" sorriu e lavou a cara e os dentes (com a minha ajuda é claro).
Ontem ao sair da creche deu beijinhos às funcionárias, acenou xau, mandou beijinhos com a mão . . . não é todos os dias que está beijoqueiro, eu até digo mais, é mesmo uma despedida fora de série.
Espero que se repita.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

"Om Tá"

Afonso, quem é aquela?
É a "M" a mãe da "I", onde está a "I"?

O Afonso corre até ao portão, espreita e como não vê a priminha, pergunta "Om Tá?"

terça-feira, 13 de julho de 2010

A Creche

O Afonso frequenta a creche desde os seus 4 meses de vida.

O ambiente é fantástico e o meu filho sente-se lá muito bem. É frequente ver as crianças no final do dia relutantes em regressar a casa, sinal que gostam mesmo de lá estar, o que a nós pais nos deixa muito felizes. Sem dúvida que o meu filho fica muitíssimo bem entregue durante todo o dia.

Apesar de todas as funcionárias serem amigas do Afonso e de ele gostar de todas elas, o meu filho mostra uma grande predilecção pela Patrícia e pela Inês.

Patrícia ou “Ticha” como ele chama é a educadora, além de uma excelente profissional é uma excelente pessoa, uma excelente amiga, o meu filho tem uma educadora cinco estrelas. Ainda hoje e porque a viu a chegar ao mesmo tempo que nós chegamos, fez questão de esperar para só entrar com ela . . . pois, mas ao colinho . . . este menino adora mimo.

Inês ou “Nhês” como ele chama é a auxiliar da sala, a Inês é sem sombra de dúvida a preferida do Afonso. A Inês sabe bem como acalma-lo, como fazê-lo participar e como fazê-lo cumprir as ordens dadas. Ah pois é Inês . . . sem ti muitas vezes o Afonso ficaria a chorar de manhã porque quer o meu colo e o meu mimo, mas basta ver-te e lá vai ele todo contente.

Obrigada a todas, por tratarem tão bem do meu Afonso.

Chuta Afonso, chuta . . .

Ontem quando chegamos a casa, o Afonso queria jogar à bola com o pai e assim foi .  .  .
Sempre que lhe diziamos "Chuta Afonso, chuta" ele chutava a bola e ria de contente, para de seguida dizer "chuta" quando era a vez do pai chutar.
Pois o Afonso disse "chuta" o nosso menino surpreende todos os dias.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Fim de Semana . . .

E se durante a semana o Afonso de manhã quer ficar na cama, ao fim de semana é exactamente o contrário.
Ainda não eram 7 h e já ele pulava e saltava na nossa cama para nos levantarmos. Tem razão, fim de semana com os pais é para aproveitar todos os minutinho.
Bora lá brincar . . . pimpolho.
Este fim de semana foi passado em casa dos avós, a avó está a recuperar de uma cirurgia e nós fomos fazer-lhe companhia . . . e como gosta o meu menino de brincar em casa dos avós. Corre, salta, joga à bola, brinca na piscina . . . é uma alegria.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Acorda . . . dorminhoco . . .

Durante a semana o Afonso gosta de ficar na cama, acordar devagarinho e quase todos os dias eu tenho que o acordar, mas quê . . . ele volta e meter-se entre os lençóis, espreguiça para um lado, depois para o outro . . . abraça o seu doodoo e fica na morrinhice com o pai enquanto toma o leitinho na cama. Levantam-se sempre no último minuto e toca a correr para não chegarmos atrasados. Mal consigo que se levante vai direitinho à casa de banho . . . pois a fralda de manha está seca, mas a bexiga está bem cheia . . .toca a esvaziar, lava a cara e os dentes, visto-o e corre abraçado ao doodoo (. . .ah pois o boneco vai com ele a todo o lado . . . ) até à porta pronto para sair . . .
Mais um dia filhote . . . logo ao fim da tarde já estaremos juntos de novo, diverte-te.

Autismo . . .

A palavra em si assusta muita gente, também me assustou a mim devido à minha ignorância. Procurei toda a informação que pude ler, na internet principalmente . . . encontrei muita coisa muito má . . . encontrei muita coisa menos má . . . uma coisa é certa, cada caso é um caso.
Eu gosto de definir o autismo como uma forma de ser e de estar diferente. Claro que existem casos graves associados a outros problemas, no caso do meu filho felizmente não é assim, é bem mais ligeiro.
O meu pequenino embora tagarele imenso, não fala propriamente . . . pois que se percebam vai dizendo umas palavrinhas, o que nos deixa muito felizes pois tudo indica que a aquisição da fala é uma questão de tempo. Como já falei anteriormente os principais aspectos (isolamento, não responder pelo nome, não olhar, não interagir . . . ) todos eles tem vindo a ser superados, no entanto o Afonso tem uma forma de ser muito dele, mas acima de tudo adoro o carinho e a meiguice dele.
Existe um texto que eu gosto imenso de "Scheilla Abbud Vieira" , este texto faz-nos pensar, principalmente nos nossos preconceitos . . .


"Autistando


Somos todos autistas, a gradação está nos rótulos

Quando me recuso a ter um autista em minha classe, em minha escola, alegando não estar preparado para isso, estou sendo resistente à mudança de rotina.

Quando digo a meu aluno que responda a minha pergunta como quero e no tempo que determino, estou sendo agressivo.

Quando espero que outra pessoa de minha equipe de trabalho faça uma tarefa que pode ser feita por mim, estou a usando como ferramenta.

Quando, numa conversa, me desligo, "viajo", estou olhando em foco desviante, estou tendo audição seletiva.

Quando preciso desenvolver qualquer atividade da qual não sei exatamente o que esperam ou como fazer, posso me mostrar inquieto, ansioso e até hiperativo.

Quando fico sacudindo meu pé, enrolando meu cabelo com o dedo, mordendo a caneta ou coisa parecida, estou tendo movimentos estereotipados.

Quando me recuso a participar de eventos, a dividir minhas experiências, a compartilhar conhecimentos, estou tendo atitudes isoladas e distantes.

Quando nos momentos de raiva e frustração, soco o travesseiro, jogo objetos na parede ou quebro meus bibelôs, estou sendo agressivo e destrutivo.

Quando atravesso a rua fora da faixa de pedestres, me excedo em comidas e bebidas, corro atrás de ladrões, estou demonstrando não ter medo de perigos reais.

Quando evito abraçar conhecidos, apertar a mão de desconhecidos, acariciar pessoas queridas, estou tendo comportamento indiferente.

Quando dirijo com os vidros fechados e canto alto, exibo meus tiques nervosos, rio ao ver alguém cair, estou tendo risos e movimentos não apropriados.

Somos todos autistas. Uns mais, outros menos. O que difere é que em uns (os não rotulados), sobram malícia, jogo de cintura, hipocrisias e em outros (os rotulados) sobram autenticidade, ingenuidade e vontade de permanecer assim.



Fonte: Rede Saci

Autora: Scheilla Abbud Vieira"

quinta-feira, 8 de julho de 2010

O Companheiro . . .

A relação do Afonso com o pai é excelente . . . companheirismo seria a palavra certa.
Brincam juntos, passeiam, divertem-se e ele não dispensa a companhia do pai . . . quando o pai está em casa tem que estar com ele, ou ao alcance da sua vista. Engraçado que distingue tão bem quando o pai vai trabalhar . . . ah pois é . . . e pelo som do motor do carro . . . se ouve o carro de trabalho do pai, vai vê-lo sair e acena-lhe . . . agora, se ouve o pai sair no nosso carro . . . uiiiii . . .  sai a correr atrás, faz birra, berra, chora . . . vem ter comigo muito zangado e quando o pai chega, com o palavreado dele e pelo tom de voz percebe-se que reclama com o pai por ter saído sem ele . . . não o larga mais durante todo o dia  . . .
Tentem tirá-lo do colo do pai . . . pois . . . é melhor nem tentar . . . abraça o pai e "reclama"(no palavreado dele) empurra quem chegar perto . . . ok . . . só eu é que o tiro do colinho do pai . . . se for para lhe dar colo e miminho . . .

"Qué Có Vô"

Esta foi a primeira frase que o Afonso falou . . . já foi há algum tempo e infelizmente não a repetiu, mas saiu-se com um " Vô, xau"
Pois, os avós tem sido imprescindíveis, são eles que nos dão apoio, carinho, o ombro quando preciso chorar e desabafar . . . Obrigado! por estarem sempre ao nosso lado.
A relação com a avó (minha mãe) é muito boa, mas com o avô (meu pai) tem um quê de especial . . .
É o avô quem o acompanha a todas as terapias, seria muito difícil conciliar o trabalho e os horários dele, mas o avô qual parceiro inseparável acompanha-o sempre e ele adora ter o avô por perto, o certo é que já chamou mais vezes pelo "Vô" que pela mãe e pelo pai . . . e eu fico feliz por todas as palavrinhas que ele diz.
Ainda há poucos dias saiu-se com um "uau" e utilizou-o no contexto . . . também já se saiu com um "porra" de chateado . . . engraçado que todo o palavreado que usa e do qual poucas palavras se percebem, as que se percebem são sempre utilizadas no contexto.
A aquisição de novas palavras vai acontecendo lentamente . . . mas no meu coração eu sinto, e tenho esperança que mais dia menos dia ele vai falar . . .

Força Filho . . . tu consegues!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Anjo

O Afonso é um Anjo nas nossas vidas . . .

Com ele aprendemos uma outra dimensão de AMOR, um amor puro e sincero, amor de pais pelos filhos.
Aprendemos muito e aprendemos todos os dias. Por muito cansados que cheguemos a casa chegamos alegres porque o nosso Anjo está ali . . . esperou todo o dia para estar connosco, precisa do nosso amor e carinho . . . do nosso abraço . . . do nosso tempo, e eu esperei todo o dia para poder estar com ele.
Apendemos a dar valor a coisas muito pequeninas . . . um olhar . . . uma palavrinha . . . uma expressão de agrado ou mesmo desagrado que seja, é sempre uma expressão do que ele sente. . . a importância de um abraço.
Ter um filho autista, ensina-nos a dar valor a estas coisas muito simples, ensina-nos principalmente a lutar com muito mais força e vontade por ele . . . o Anjo que desceu do Céu e veio partilhar a nossa vida.

As mudanças . . .

Fazendo a comparação:



À um ano atrás:


Não falava;
Evitava o contacto ocular;
Não sorria;
Não respondia pelo nome.



Hoje:

Olha e fixa o olhar nos nossos olhos;
Ainda não fala, diz algumas palavras mas só quando quer e quase sempre obrigado;
Sorri e tem um sorriso maravilhoso, as gargalhadas também;
Já olha quando o chamamos.

O Afonso é um menino encantador, meigo e muito querido, adora receber muitos beijinhos e não os retribui, adora abraços e mimos e esses ele retribui, adora receber carinho e é muito carinhoso.
A Luta . . . é agora na aquisição da fala . . . com tempo vamos conseguir meu amorzinho.

As Terapias

Começou com terapia de psico-motricidade e logo de seguida a terapia da fala, para mim a diferença foi notória. O Afonso já olhava fugazmente para a nossa cara.
Algum tempo depois a terapia de psico-motricidade foi substituida pela ocupacional.
Comecei uma busca intensiva sobre todas as terapias e métodos que poderiam ajudar o Afonso.
A Educadora do Afonso é fundamental em todo este processo, ela presta muita atenção e trabalha imenso com ele e ele adora-a. A auxiliar da sala também é imprescindivel, ela sabe bem tratar dele e acalma-lo aquando das suas birras.
No inicio deste ano em Janeiro foi destacada uma Educadora de Ensino Especial da Equipa de Intervenção Precoce para acompanhar o Afonso uma manhã por semana na creche que ele frequenta.
Começa também a Hipoterapia, o primeiro contacto com os cavalos foi espectacular . . . adorou e pronto . . . faz hipoterapia todo contente.
Algum tempo depois começa também a Hidroterapia, foi mais dificil não queria entrar na água, ele adora a banheira e o chuveiro, mas piscina . . .não.
Felizmente há duas semanas atrás esse medo pela piscina foi ultrapassado e tem corrido muito bem.
Em casa, brincamos, pintamos, fazemos bolos . . . e muitas outras coisas giras . . . e divertimo-nos imenso.